terça-feira, 13 de novembro de 2012

Os barcos que me levaram ao Senhor da Guerra

Em meio ao pânico que se abate sobre a gigante de pedra , me encontrei hoje meio saudosista e um tanto estressado,  porém , no fim do expediente a calmaria me tomou aos poucos e após o ultimo chá corporativo, peguei a condução vazia e vim de prosa com um amigo de serviço até o passa rápido.
Depois que esse amigo se despediu , me veio aquela nostalgia e a letra de "Os barcos na minha mente", me lembrando de momentos bons que vivi em um relacionamento de outrora .
"São só palavras, terço, ensaio e cena , á cada ato enceno a diferença, do que é amor ficou o seu retrato, da peça que interpreto , um improviso insensato. Essa saudade sei de cor... "
 De cor e salteado. Sei os caminhos dos barcos que não existem aqui em Sampa , mais que sei que deixei aportado em um cais qualquer na Bahia.
Lembrei dos beijos que trocamos, do amor que fizemos . E do nosso reencontro após o primeiro fim.
Me perguntei, como será que você está vivendo sem mim , ou se está sobrevivendo.
Entendo o que é verdade e o que é entulho , Renato conseguiu me explicar o que eu não entendia.
Foi uma saudade legionária sim , por que essa foi repentina e breve. Talvez a ultima saudade que eu senti de você. Sim por que os barcos naufragaram em minha mente trazendo a sensação de conforto. Agora sei que minhas escolhas que você contribuiu para eu fazê -las, foram muito gratificantes.
Ao final de tudo , te perdi e a vida me ganhou.
Mais não foi apenas num amor que Renato me pegou hoje.  A canção ao Senhor da Guerra que pouco ele cantou, me encantou de tal maneira que cantei sem perceber que estava manifestando - me politicamente em meio ao caos onde a megalópole se encontra.
Essa musica caiu muito bem , no momento exato onde o lindo uniforme civil se suja de sangue puro, inocente .São vidas que se vão em meio aos burgueses que se misturam á nova Classe C nos metrôs paulistas.
Aparentemente pregando igualdades , mais pessoalmente hipócritas e sujos da lama onde o sangue jovem escorre.
Ainda bem que Renato avisou que o Senhor da Guerra não gosta de crianças e perguntou quem era o inimigo, viu o limpo se sujar e no terceiro dia ninguém ressuscitar.
Parece blasfêmia não é?  mais não se engane. Renato Russo é filosofia disfarçada de poesia. Poesia essa que nunca morre , atravessa vidas.
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